Oriente Médio: o compartilhamento e a tecnologia revertendo a perspectiva de escassez hídrica e conflitos
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Autor: Venturi, Luis Antonio Bittar
Acervo: (us) Universidade de São Paulo
Categoria: Teses e Dissertações
Resumo: Ao se tratar de Oriente Médio, a água é tema central, seja pela escassez deste recurso em si, seja por relacionar-se à ideia de conflito. Com muita frequência, o primeiro aspecto associa-se ao segundo. Este esquema lógico: conflito como decorrência da escassez hídrica é tão amplamente utilizado e facilmente absorvido por qualquer um que se interesse pela região, que acaba se tornando um modelo explicativo. Porém, este paradigma deve ser rediscutido, uma vez que a realidade do Oriente Médio contemporâneo tem se alterado aceleradamente. Por um lado, os países que compartilham águas, como aquelas da bacia do rio Eufrates, parecem consolidar entendimentos deixando a ideia de conflito cada vez mais distante. Já, nos países do Golfo Pérsico, de extrema escassez natural, a inserção técnica gera autonomia de abastecimento e anula as possibilidades de conflitos envolvendo recursos hídricos, exigindo dos geógrafos uma revisão dos padrões teórico-conceituais relacionados à água como recurso natural. Diante das novas realidades daquela região, esta pesquisa tem como objetivo central demonstrar a necessidade de uma revisão teórico-conceitual acerca do recurso hídrico. Como desdobramento deste objetivo, propomos um aperfeiçoamento do paradigma explicativo escassez-conflito e, ao mesmo tempo, uma maior acurácia conceitual acerca da água enquanto recurso renovável. Orientamos a tese pela hipótese geral de que, tanto o compartilhamento entre os países como o atual grau de inserção técnica na produção de água tornariam os atuais paradigmas explicativos e conceituais acerca do recurso hídrico pouco eficientes para a compreensão destas realidades eleitas para esta análise. O estudo baseou-se na análise evolutiva da história recente de dois contextos que, embora muito distintos, juntos, abrangem quase a totalidade do Oriente Médio, portanto, mais representativos da região. Esta análise pautou-se, em grande parte, pela escola da Geografia Regional, razão pela qual apoiamo-nos em