Valor preditivo da tele-eletrocardiografia no infarto agudo do miocárdio
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Autor: Botelho, Roberto Vieira
Acervo: (us) Universidade de São Paulo
Categoria: Doutorado
Resumo: O presente estudo procurou avaliar, prospectivamente, a segurança do sistema de tele-eletrocardiografia para a liberação de pacientes que se apresentem a postos de saúde com queixa de dor torácica. Avaliamos a incidência de infarto do miocárdio dessa população ao longo de seis meses. Como objetivo secundário, correlacionamos, retrospectivamente, a razão das probabilidades entre diferentes indicadores clínicos e eletrocardiográficos e a ocorrência do infarto do miocárdio. Entre junho e dezembro de 2006, 32444 pacientes foram atendidos em postos de saúde pública, carentes de cardiologistas e tiveram o seu tele-eletrocardiograma transmitido até uma central de telemedicina, através de linha telefônica fixa. Selecionaram-se 1535 pacientes atendidos devido a dor torácica, que tinham mais de 50 anos e apresentavam exame clínico, laboratorial (troponina I ou creatino fosfoquinase fração MB-CKMB) e tele-eletrocardiográfico normais além de consentirem em repetir o tele-eletrocardiograma após um e seis meses. Todos os pacientes foram seguidos durante seis meses. Não houve eventos durante o primeiro mês. No segundo mês houve 12(0,8%) infartos. no terceiro mês, 18(1,2%). no quarto mês, 38(2,4%) e no sexto, 18(1,2%). Ao longo dos seis meses houve 15(1%) óbitos, sendo 9(0,6%) de origem cardíaca. 9 (0,6%)acidentes vasculares encefálicos e 86(5,6%) infartos agudos do miocárdio. Entre as variáveis que se correlacionaram, independentemente, com maior chance de infarto agudo do miocárdio, encontrou-se a obesidade grau I [p=0,009 RC 4,5 IC 95%(1,5-13,8)], a dislipidemia [p< 0,0001 RC 3,4 IC 95%(2,0-5,8)], a baixa amplitude da onda T em V2 [p<0,001 RC 2,9 IC 95%(2,4-3,5)] e o sobrepeso [p=0,019 RC 2,6 IC 95%(1,2-5,7)]. Cada 0,5mm de redução na amplitude da onda T aumentou em quase três vezes a chance de ocorrência do infarto agudo do miocárdio durante seis meses. O tabagismo apresentou forte tendência [p=0,057 RC 1,7 IC 95%(1,0-2,8)] à regressão logística binária e foi significan